Trump coloca Xiaomi na lista negra dos EUA e a chama de ’empresa militar comunista’

Faltando apenas cinco dias para terminar o seu mandato, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, adicionou a fabricante chinesa Xiaomi em uma espécie de lista negra do território norte-americano.

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A lista mantida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, inclui empresas de vários segmentos, que são “companhias militares e comunistas da China” e restringe comercialmente a atuação destas marcas no país.

Segundo o site Reuters, a próxima etapa da ordem executiva do governo, é basicamente um ultimato, que está marcado para o dia 11 de novembro. As empresas incluídas nesta lista, tem até essa data para cortarem vínculos com investidores e empresas parceiras dos Estados Unidos ou venderem suas operações no país, se tornando independentes no território norte-americano.

Por ser uma data distante, não há como ter certeza sobre quais serão os impactos sofridos pela Xiaomi ao decorrer do ano, mas é possível que a empresa sofra da mesma forma que Huawei, que também teve seu nome incluído na lista, ainda em 2020, perdendo contratos com empresas e investidores.

Mais empresas conhecidas sofrem com restrições

A lista negra dos EUA, foi implementada em julho de 2020, com o foco principal sendo a Huawei, fabricante que estava em atrito com o país desde de 2019. Até hoje a empresa está impedida de atuar no país e perdeu parcerias com várias empresas, incluindo o Google, perdendo licença para usar o Android e os aplicativos como Play Store, YouTube, Google, Google Maps, GMail, etc.

Atualmente, a Xiaomi é a terceira maior fabricante de celulares do mundo, passando a Apple ainda no final de 2020. E logo após o comunicado do governo norte-americano, as ações da empresa na bolsa de valores de Hong Kong sofreram com uma queda de mais de 10%.

Xiaomi se defende

A Xiaomi divulgou um comunicado nesta sexta-feira (15/01), dizendo que “opera em conformidade com as leis relevantes e jurisdições regulamentares nos locais em que mantém negócios”, e que “não é controlada, chefiada ou afiliada a militares chineses e nem é uma ’empresa comunista militar chinesa’, como definido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos”. Confira o comunicado na íntegra (em inglês):

Vale ressaltar que ainda não se sabe como a nova administração do governo dos Estados Unidos, composta pelo presidente-eleito Joe Biden vai conduzir a lista de restrições contra as empresas chinesas que atuam no país.